BREVE PANORAMA HISTÓRICO DA ÉTICA.
1º MOVIMENTO:
“Dentre todas as preocupações que motivaram a reflexão desde
os primórdios da cultura ocidental, é
bem possível que a ética tenha sido a primeira.”
PALAVRA CHAVE: Primórdios, primeira.
COMENTÁRIO: A ética é anterior, primeiro,
pois as questões éticas fomentaram as
discussões filosóficas, artísticas e religiosas desde o início da cultura
ocidental.
2º MOVIMENTO:
“Isto nos revela que o sabor no estágio de suas primeiras
organizações sistemáticas não superava nitidamente, como fazemos hoje, o mundo
natural do homem que o habita.”
PALAVRA CHAVE: Harmonia.
COMENTÁRIO: O autor nos apresenta um
segundo aspecto no panorama histórico da ética. O homem em harmonia com a
natureza. A indissociabilidade dada do homem e mundo natural.
3º MOVIMENTO:
“Essa harmonia foi quebrada pelo advento do pensamento
cristão, que deixou de considerar a continuidade entre homem e natureza ao
sobrepor a naturalidade do homem os
aspectos relativos à interioridade, privilegiando a alma como elemento de
vínculo entre a criatura e o criador e fazendo do mundo natural apenas cenário
de trajetória do espírito rumo ao seu verdadeiro destino, a eternidade.
PALAVRA CHAVE: Advento do pensamento
cristão.
COMENTÁRIO: Nesse 3º movimento, houve uma ruptura dessa harmonia já identificada no 2º
movimento. Não há a primazia da natureza, o homem não está mais identificado
com ela, essa identificação passa a ser com o criador (Deus). O homem a imagem
e semelhança de Deus. Surge a noção da pessoa. O interior versus exterior.
4º MOVIMENTO:
“Se a descoberta da interioridade deve ser indubitavelmente
atribuída à filosofia Cristã, a compreensão desta interioridade como autonomia
subjetiva é, inquestionavelmente clara na modernidade, isto é, da fase da
história do pensamento que se inicia com Descartes no século XVII.”
PALAVRA CHAVE: Autonomia subjetiva.
COMENTÁRIO: A subjetividade
humana passa a ser valorizada, nesse 4º movimento, depois da dissociação do
homem em relação ao mundo natural ocorrido no 3º movimento. Isto ocorre na
modernidade a partir de Descartes. Junto com a autonomia do sujeito veio a
autonomia da razão. O pensamento moderno não se subordina a questões
teológicas.
5º MOVIMENTO:
“O que
decorre imediatamente dessa prevalência do conhecimento da definição da
autonomia racional é a dimensão intelectualista da ética, isto é, a ideia que
as questões morais podem ser equacionadas e solucionadas pela via racional.”
PALAVRA CHAVE: Dimensão intelectualista da ética.
COMENTÁRIO: A ética interligada e dependente dos
conhecimentos científicos.Esse modelo proposto encontrou barreiras, pois não
consegue solucionar questionamentos éticos através de modelos científicos.
6º MOVIMENTO:
“Pode se
dizer que essa dificuldade contribuiu, mesmo que indiretamente, para que se
alcançasse uma nova visão das relações entre o teórico e o pratico, calcada no
diagnóstico da impossibilidade de uma conciliação pela via de conhecimento.”
PALAVRA CHAVE: Teórico e prático.
COMENTÁRIO: O sujeito teórico é diferente do
sujeito moral. Não deve ocorrer motivações que determinam a decisão ética.
Através da razão prática o sujeito moral é constituído como instância independente.
7º MOVIMENTO:
“No século XIX
inglês, filósofos como Bertram e Stuart Hill propuseram que a utilidade do ato
poderia ser medida na moralidade.”
PALAVRA CHAVE: Utilidade do ato.
COMENTÁRIO: O valor moral não deve ser
quantificado para um determinado fim. A ética
não é utilitária.