terça-feira, 29 de abril de 2014

TEXTO DE PAULO (APÓSTOLO)

  • Gravitar para  a unidade divina, este é o objetivo da humanidade. Para atingi-lo, são necessárias três coisas: a justiça, o amor e o conhecimento. Três coisas lhe são opostas e contrárias: a ignorância, o ódio e a injustiça. pois bem, em verdade vos digo que faseais esses princípios fundamentais e comprometeis a ideia que Deus exagerando sua severidade; vós a comprometeis duplamente deixando penetrar o Espírito da criatura o pensamento que há nela mais clemência, mansidão, amor e verdadeira justiça do que atribuis ao Ser infinito.
  • Destruís, inclusive, a ideia de inferno, tornando-a ridícula e inadmissível às vossas crenças, como o é aos vossos corações o horrendo espetáculo das execuções, das fogueiras e das torturas da Idade Média! Mas como? Quando a era das represálias cegas for para sempre banida das legislações humanas, esperais mante-la no ideal? Oh! Crede-me, crede-me, irmãos de Deus e em Jesus Cristo, crede-me e resignai-vos a deixar parecer todos os vossos dogmas em vossas próprias mãos, em vez de modifica-las, ou então vivificai esses dogmas, abrindo-os às Benéficas emanações  que os Bons Espíritos derramaram neste momento. A idéia do inferno com suas fornalhas ardentes, com caldeiras ferventes, pôde ser tolerada, isto é, perdoável, num século de ferro, mas no século XIX é apenas um vão fantasma  que serve quando muito para assustar as criancinhas, no qual elas deixam de acreditar quando crescem. Ao persistir nessa mitologia assustadora, vós produzis a incredulidade, mãe de toda desorganização social; pois estremeço entrevendo toda uma ordem social abalada e desmoronando, sobre sua  base  por falta de sanção penal. Homens de fé ardente e viva, vanguardistas do dia da luz, mãos à obra! Não para manter fábulas ultrapassadas e desacreditadas, mas para reavivar a verdadeira sanção penal sob formas mais adequadas aos vossos costumes, sentimentos e aos conhecimentos de vossa época.
  • Quem é, de fato, o culpado? É aquele que, por um desvio, por um movimento falso da alma, se afasta do objetivo da Criação, que consiste no culto harmonioso do belo, do bem, idealizados pelo arquétipo humano, pelo Homem-Deus, por Jesus Cristo. 
  • Que é o castigo? A consequência natural, que deveria desse falso movimento; uma soma de dores necessárias para  fazê-lo repugnar sua deformidade, pela experiência do sofrimento. O castigo é o agulhão que estimula a alma, pela amargura e voltar-se sobre si mesma, e a retornar ao porto da salvação. O objetivo do castigo não é outro senão a reabilitação, a redenção. Querer que o castigo seja eterno, por uma falta que não é eterna, é negar-lhe toda a razão de ser.
  • Oh! Em verdade vos digo, cessai, deixai de pôr paralelamente, na eternidade, o Bem, essência do Criador, e o Mal, essência da criatura; isso seria criar uma penalidade injustificável. Ao contrário, afirmai o abrandamento gradual dos castigos e das penas transmigrações, e ireis consagrar, com a razão aliada ao sentimento, a unidade divina.

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