sexta-feira, 11 de julho de 2014

CITAÇÕES DE SANTO AGOSTINHO

Questionai vosso bom senso, vossa razão, e perguntai a vós mesmos se uma condenação perpétua, devido a alguns momentos de erro, não seria a negação da bondade de Deus. O que é, de fato, a duração da vida, mesmo que ela fosse de cem anos, em relação à eternidade? Eternidade! Compreendei bem essa palavra? Sofrimentos, torturas sem fim e sem esperança, apenas por alguns erros! Vosso julgamento não rejeita semelhante pensamento? Que os artigos tenham considerado o Mestre do Universo, um Deus terrível, invejoso e vingativo, é compreensível. Em sua ignorância, emprestaram à divindade as paixões dos homens. Mas não é esse o Deus dos cristãos, que coloca o amor, a caridade, a misericórdia, o esquecimento das ofensas entre as principais virtudes: Poderia não possuir as qualidades que Ele mesmo estabeleceu como dever? Não há contradição em atribuir-lhe a bondade infinita e, ao mesmo tempo, a vingança infinita? Dizeis que, antes de mais nada, Ele é justo, e que o homem não compreende sua justiça. Mas a justiça não exclui a bondade, e Ele não seria bom se condenasse a maior parte de suas criaturas a penas horríveis e perpétuas. poderia exigir de seus filhos a justiça, se não lhes tivesse dado os meios de compreendê-la? Aliás, não é a sublimação da justiça, aliada à bondade, fazer com que a duração das penas dependam dos esforços que o culpado faz para melhorar? Nisto consiste a verdade deste preceito: "A cada um segundo suas obras".

AUTOR: SANTO AGOSTINHO

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