segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

A AFABILIDADE E A DOÇURA



  • A benevolência para com os semelhantes, fruto do amor ao próximo, produz a afabilidade e a doçura, que são formas de sua manifestação. Entretanto, nem sempre se deve confiar nas aparências; a educação e a vivência do mundo podem dar o verniz dessas qualidades.
  • Quantos há cujos fingida bondade nada mais é do que uma máscara para o exterior, uma roupagem, cuja aparência bem, talhada e calculada disfarça as deformidades escondidas! O mundo está repleto de pessoas que tem o sorriso nos lábios e o veneno no coração; que são mansas sob a condição de nada lhes machucar; mas que mordem à menor contrariedade; cuja língua dourada, quando falam face a face, se transformam em dardo venenoso, quando estão por detrás.
  • A essa classe pertencem ainda aqueles homens benignos por fora e que, tiranos domésticos, fazem de sua família e seus subordinados sofrer com o peso do seu orgulho e de sua tirania, querendo compensar assim o constrangimento a que submetem fora de casa. Não ousando agir autoritariamente com estranhos, que os recolocariam no seu lugar, querem pelo menos ser temidos pelos que não podem resistir-lhes. Sua vida alegra-se por poderem dizer: "Aqui eu mando e sou obedecido"; sem se lembrar de que poderiam acrescentar com mais razão: "E sou detestado".
  • Não basta que os lábios falem de leite e mel; se o coração nada tem a ver com isso, trata-se de hipocrisia. Aquele cuja afabilidade e doçura não são fingidas nunca se contradiz. É o mesmo, sempre, diante do mundo e na intimidade. Ele sabe, aliás, que pode enganar os homens pelas aparências, mas não pode enganar a Deus.

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